Perez Metelo

(Neste contexto, não deixa de ser chocante continuar a assistir a anúncios de crédito ao consumo, nos quais se vê um casal felicíssimo por ter contraído um empréstimo com juros anuais superiores a 9%!).
Quanto às empresas, o facto de os créditos malparados atingirem preocupantes 4,7%, em subida rápida, traduz as grandes dificuldades de tesouraria, para além de problemas da procura, que milhares de microempresas e PME estão a enfrentar. Ninguém paga a horas, os prazos vão-se dilatando, mas as obrigações fiscais mantêm-se nos prazos legais. O Estado devia usar uma parte do dinheiro fornecido pelos parceiros externos para pagar atrasados aos seus fornecedores, para iniciar um ciclo de aceleração de pagamentos entre privados.
E o valor do exemplo, na sobriedade dos gastos visíveis no aparelho do Estado e nos gestos de reforço do apoio social a quem vai sofrer com o progressivo esfriamento da economia - as famílias de desempregados -, é mais importante do que nunca.
O difícil desafio que se apresenta ao próximo Governo é o de promover a poupança das famílias, cortar os gastos do Estado sem rotura das redes sociais e incentivar a actividade económica, mesmo quando o dinheiro para novos investimentos escasseia.
Sem comentários:
Enviar um comentário