Ferreira Fernandes
Uma das muito comentadas aparições de José Sócrates em conferências de imprensa foi um teste seu perante duas câmaras. Deveria ter sido experiência privada, mas foi transmitido em directo ele a falar para uma câmara, a falar para outra e interrogar um assessor sobre qual o melhor ângulo. Tivesse sido em início de Governo e tudo passaria com elogios sobre os cuidados que o governante punha na importante função de comunicar. Mas tendo sido em fim de ciclo, em período de morde canelas, desatou-se uma gozação. Ontem, os pais do futuro Governo apresentaram- -se em público para assinar o acordo e o encontro foi atabalhoado. À hora da assinatura comum, parecia que ainda havia coisas a limar no acordo PSD/CDS e tudo se atrasou, muito. Mas porque o ciclo é novo, não haverá, julgo, grande escarcéu. A menos, claro, que algum adepto do novo Governo se lembre de se maravilhar: "Brilhante! A bagunça de ontem mostrou que o passado do Sócrates do teleponto acabou de vez!..." Pouco dado a leituras simbólicas, por geralmente nada significarem, não vou por aí, nem por, nem contra. Já factos, comento: hoje, os ministros vão ser conhecidos e, até hoje, Passos Coelho e Paulo Portas não deixaram que houvesse fugas de informações. Não é (não deveria ser...) grande coisa, mas entre nós é raro e sério.
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