André Macedo
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Da esquerda à direita, nenhum governo é inocente. O de Passos Coelho, voluntarista como todos eles são no início, é só o exemplo mais fresco. Sobre o mar, encontrei ontem esta pérola: "[Vamos] promover a interoperabilidade entre os múltiplos sectores ligados às actividades marítimas num conjunto de áreas que têm um papel de suporte e sustentação das cadeias de valor dos componentes prioritários." Frases deste calibre são às dezenas. O que me leva a confirmar que estes documentos são como os manuais de instruções dos aparelhos electrónicos - inúteis.
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O famoso memorando da troika, por exemplo, resume em 34 páginas tudo o que é preciso fazer até 2014. Se formos capazes de cumprir metade do que lá está, o País dará uma volta de 180º - veremos, depois, se para melhor. Para quê, então, 129 páginas cheias de nada quando os objectivos estão definidos? Para quê enfeitar se, no fim, não se ganha nada com isso?
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