Três diferentes notícias dos últimos dias com algo em comum: o "copianço" de candidatos a futuros magistrados, a justificação do defunto Governo sobre a descida das notas de Matemática nas provas de aferição, e o novo ministro da Educação.
No caso do CEJ, tudo foi indigno. A atitude dos candidatos, a um nível que nem no básico é admissível, fragilizando o exercício futuro da sua função. A atitude de quem "resolveu" o assunto, concedendo, magnanimamente, a nota 10 a todos, infractores ou não, num misto de laxismo, insensibilidade e irresponsabilidade.
Um 10 que é uma impensável forma de "ética aritmética", como se os valores comportamentais fossem divisíveis e pudessem ficar numa espécie de limbo moral, onde nada acontece e tudo é permitido.
Imagino o cenário de, um dia, um professor em qualquer ciclo escolar, se ver confrontado com este "exemplo" de adultos licenciados numa instituição que forma magistrados. Ou, num Tribunal, um arguido que, numa generalização certamente injusta, vê no juiz um potencial intérprete da batota mais rasteira.
Pelos até ontem responsáveis do M. da Educação ficámos a saber que a descida em Matemática aconteceu … porque as provas foram mais difíceis. Nada, pois, a ver com o ensino, os alunos e os professores. "Solução": facilitem-se até ao ridículo os exames e tudo volta à normalidade estatística.
Por fim, a boa notícia: Nuno Crato que, a fazer fé nos seus textos, irá reabilitar a ideia do exame como meio de responsabilizar quem ensina, credibilizar a escola e estimular a diferença do mérito e do esforço.
Três factos - negativa ou positivamente - profundamente simbólicos. Num país carente de bons exemplos, ávido de dignidade institucional, de respeito profissional e de uma sólida ética do mérito.
Um 10 que é uma impensável forma de "ética aritmética", como se os valores comportamentais fossem divisíveis e pudessem ficar numa espécie de limbo moral, onde nada acontece e tudo é permitido.
Imagino o cenário de, um dia, um professor em qualquer ciclo escolar, se ver confrontado com este "exemplo" de adultos licenciados numa instituição que forma magistrados. Ou, num Tribunal, um arguido que, numa generalização certamente injusta, vê no juiz um potencial intérprete da batota mais rasteira.
Pelos até ontem responsáveis do M. da Educação ficámos a saber que a descida em Matemática aconteceu … porque as provas foram mais difíceis. Nada, pois, a ver com o ensino, os alunos e os professores. "Solução": facilitem-se até ao ridículo os exames e tudo volta à normalidade estatística.
Por fim, a boa notícia: Nuno Crato que, a fazer fé nos seus textos, irá reabilitar a ideia do exame como meio de responsabilizar quem ensina, credibilizar a escola e estimular a diferença do mérito e do esforço.
Três factos - negativa ou positivamente - profundamente simbólicos. Num país carente de bons exemplos, ávido de dignidade institucional, de respeito profissional e de uma sólida ética do mérito.
Sem comentários:
Enviar um comentário